Destilando a Miséria Humana.

Um pouco de sujeira, feiúra, imoralidade, amoralidade, sadismo, nonsense e absurdo. Gloriosas infamidades! Uma visão diferente daquilo que não queremos ver ou ouvir falar. Mentes perturbadas destilando o real, pesado real. Tapas na cara, talvez.

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Location: Afghanistan

19.7.08

Memória de uma Vida Privada ou Lágrimas de um Ciclope Cego.

Passei a maior parte do meu tempo sozinho, calado e imóvel. Manifestava-me apenas quando solicitado era. Cumpria sorridente meu dever, sempre em baixo, quieto, ouvindo seus trabalhos. Minha função era abocanhar o rosto do Ciclope, amparar suas lágrimas e saliva e, em vigoroso petardo, engolir suas mágoas.

Todos os dias, encarei as graves faces do Ciclope. Entre suas bochechas fartas, sua boca carnuda, em triste, mas porém belo sorriso, me lançava torrentes de cuspe quente e amarelo. De sua enigmática órbita vazada, entre pálpebras gravemente contraídas e desprovidas de cílios, brotavam grossas lágrimas que caíam sobre mim. Com satisfação, eu engolia toda a sua miséria. O amava e sempre o acolhi. Após secar-se, ele partia e, despedindo-se, lançava-me breves piscadas.

22.1.08

Pesadelinho.

Estava dormindo agora. Acabei de ter um pesadelo onde eu estava sendo escravizado por uns ripongas, numa baia tipo a Estufa. Estava eu lá, a lavar "louças de plástico" encrustadas de merda de mosca com um esfregão de aço em punho. As merdas não saiam.

21.1.08

Insira uma Moeda

Estou parado, porra.
Escrevendo minhas novelas.
Portanto, chupem minha rola, miseráveis.

24.9.07

Lagosta.

É como se ela quisesse me dizer algo, mas não tem, nem o aparelhamento, nem a desenvoltura necessária para isso. Embora os movimentos que faz serem fruto de muito treino, empenho, não consegue mais do que o lento piscar de sua cavidade sem dentes. Aprecio este momento. Logo após comê-la, olha-la, assim, praticando. Vermelha e úmida. Balbuciando porra.

23.8.07

Ônibus I (fragmento de "Rabo")

O queixo dela. Aquela enorme verruga no queixo dela. Generosa protuberância no lado esquerdo, o direito para mim. Sento. A verruga é mais escura que a pele dela. Perece uma bolsa de sangue coagulado ou ainda por coagular. Os bugres costumam ter estas merdas na cara. O pêlo é o que me desafia. O solitário e espêsso pêlo preto que vara aquele apêndice grotesco, saindo pela esquerda, como se acompanhasse o desenvolvimento da verruga e segue uma leve curva para cima. É envergado. Sinto vontade de puxa-lo para ver se aquela merda escura sai junto, ou se o suposto sangue ali contido escorre queixo abaixo, ou ainda, quem sabe, espirre em abundância e com grande pressão.
A mão esquerda segurando um pacote azul, na ponta daquele bracinho gordo. A gordura em exesso acaba no pulso cingido por um relógio prateado ordinário. A mão direita com freqüência invade o pacote e leva o conteúdo até acima da verruga, onde os dentes trabalham ruminantemente num ritmo barulhento. Os pêlos de seus braços são praticamente invisíveis. Só os noto quando o fundo da paisagem fica escuro. Tem as unhas das mãos bem cuidadas. É bem o tipo de mesquinharia cometida por estas tias fodidas. Podem estar imersas na feiúra e na indecência, mas não dispensam o trabalho estético de uma manicure, ou pedicure, assim como fazem uso de chás para afrouxar o barro e diminuir a barriga. Não traz nenhuma cor, além da natural, nas unhas das mãos. Acho que ela tem consciência de que não existe ainda, na indústria de cosméticos, uma matiz que combine, mesmo que grosseiramente, com seus dedos encardidos e grossos.
As bochechas quase que inteiramente cobertas por micose marrom escuro, como se trouxesse no rosto um pequeno mapa, demarcando países ou continentes. Porém, o mapa não ofusca o extravagante rebolar da verruga ao som do mastigar os fétidos e insossos Salgadinhos Brioquitos. Este é o mais novo lançamento em termos de confeitos salgados indusrializados feitos com milho. Consiste em uma bolinha amarela com rugas, que remetem à figura real de um cu. Tem o aroma natural de um rabo medianamente sujo, suado. No minímo azedo.

12.8.07

Sacerdote.

Os imperfeitos chegam em grupos de vinte no máximo. São levados ao meio da arena, que já está rodeada pela turba inquieta de homens perfeitos e livres. O levantar da mão esquerda de Maria, a noiva, orienta o motorista a inclinar a caçamba, fazendo os aleijados caírem uns sobre os outros na areia fofa. O caminhão sai de cena. O amontoado de seres no centro da arena mexe-se homogeneamente, parece ser um ser só, como um aglomerado de vermes mexendo-se sobre uma pedra quente. As crianças entram trazendo consigo as pedras, não maiores do que seus próprios punhos. Começa assim o tratamento da carne, mantendo as cabeças intactas. Após as crianças, entram as ninfetas lideradas por Maria, montadas em potros brancos, trazendo as espadas, que servirão para arrancar os pálidos e débeis membros dos indivíduos que compõe a massa rastejante na areia ensanguentada e também os olhos, estes com um cuidado exepcional, usando lâminas menores que escondem-se nas celas dos cavalos. Terminado este trabalho, a noiva nua e salpicada de sangue, conduz as outras virgens para o portão. Esta é a minha deixa. Entro. Nu e bezuntado sob a algazarra da multidão ensandecida, com meu cajado e duas cabaças de azeite amarradas pela trança de couro que abraça minha cintura. O frenesi da massa estremece as bases da Arena. Preciso sentir a vibração da agonia dos desgraçados enquanto fustigo violentamente suas gargantas e, depois, em menor intensidade quando fustigo seus cérebros com minha ferramenta de pura carne, só assim saberei se o casamento do Imperador trará prosperidade para nós.

30.5.07

Anão Tripé: Tentando Organizar uma Idéia.

Grande dúvida que me invade após uma bela foda ou uma longa punheta: glande inchada, ou prepúcio retraído?

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Será possível? Se for, quero morrer de pau duro.

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Foder é a única coisa que vale na vida. Isso inclui foder com a própria vida.

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Acabou o KY. Topas maionese temperada?

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Trepei o dia todo no campus hoje. Não consigo nem tocar uma agora.